Algodão orgânico é mesmo sustentável?

Muito se fala sobre o algodão orgânico. Vamos descobrir se ele é mesmo um material sustentável?

A indústria da moda está entre as mais poluentes do mundo, perdendo apenas para a indústria dos combustíveis fósseis. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), essa indústria produz 8% dos gases do efeito estufa e é responsável por 20% do desperdício de água no planeta.

Além desses problemas, a indústria têxtil produz tecidos e roupas utilizando materiais nocivos ao planeta e é um dos maiores responsáveis pela produção de lixo do mundo! A Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT) aponta que a moda gera 175 mil toneladas de resíduos têxteis por ano, somente no Brasil. 

Um vilão chamado Poliéster

O poliéster é um tecido feito de um tipo de resina plástica derivada do petróleo que possui “vantagens mercadológicas” em relação ao uso do algodão:

  • É mais barato;
  • Pesa pouco;
  •  Seca rapidamente;
  •  Não amassa.

Porém, o poliéster demora 200 anos para se desintegrar, enquanto o algodão pode levar de 5 meses a 10 anos (dependendo do clima, solo e temperatura)!

Além disso, o poliéster pode causar alergias e danos à nossa pele, pois é um material plástico, que permanece em contato permanente com nosso corpo e bloqueia a respiração dos poros, atrapalhando a transpiração e superaquecendo o organismo.

Isso tudo quer dizer que, mesmo tendo algumas vantagens mercadológicas em relação ao algodão ou outros materiais, já passou da hora da indústria da moda rever o uso massivo desse tecido, pensando em como fazer uma moda sustentável.

O algodão na indústria de confecções

O algodão é um dos tecidos mais utilizados na indústria têxtil do mundo inteiro. Tão antiga quanto a profissão do alfaiate é também a do algodoeiro. Apesar de ser uma fibra de origem natural, a produção de algodão pode ser seriamente prejudicial para o meio ambiente e também para a população.

Para produzir 1 quilo de algodão, são gastos de 7 a 29 mil litros de água. Uma camiseta básica de algodão, por exemplo, líder na utilização de algodão por seu conforto e caimento, pode utilizar até 3 mil litros de água na sua produção. Além do consumo de água, a produção de algodão emite altos níveis de carbono na atmosfera e seus métodos de transporte e embalagem consomem combustíveis fósseis, além de gerarem lixo. E uma das questões mais importantes: o que acontece com a roupa quando é descartada? 

O "cemitério" de roupas descartadas do fast fashion

Todo esse contexto contribuiu, inclusive, para o surgimento de um dos maiores lixões de roupa descartada do mundo: o conhecido lixão do deserto do Atacama, no Chile, um importante patrimônio da humanidade, que está sendo usado como lixão de roupas descartadas por países como Estados Unidos, Europa e Ásia, que enviam sobras do "fast fashion", roupas criadas para serem usadas e jogadas fora rapidamente.

No maior aterro têxtil do mundo, há todo tipo de resíduo da indústria da moda, como roupas, sapatos e bolsas e o que é mais chocante: a maioria ainda com etiqueta e nunca utilizados, de marcas mundialmente conhecidas. O que reforça ainda mais uma questão que vem sendo discutida por vários ambientalistas: há mais produção do que consumo. 

Essa lógica de mercado possui um custo ambiental altíssimo, porém rende bastante dinheiro às conhecidas lojas de departamentos. Além disso, esse modelo de mercado descartável também está envolvido em trabalho infantil e escravo e violência contra a mulhe

O uso de agrotóxicos nas lavouras de algodão

Com certeza você já ouviu questionamentos envolvendo o uso de agrotóxicos e pesticidas na produção de alimentos. O estímulo ao cultivo de produtos orgânicos é um caminho efetivo para promover, ao mesmo tempo, sustentabilidade e uma alimentação saudável para a população. No entanto, o uso de agrotóxicos é preocupante e prejudicial também em plantações de gêneros não alimentícios, como é o caso do algodão.

As lavouras tradicionais de algodão estão entre as que mais usam agrotóxicos em todo o mundo, o que representa um risco acentuado, não apenas para o meio ambiente, mas também para animais e trabalhadores do campo: a cada ano, cerca de 250 mil agricultores adoecem em todo o mundo por conta do uso sem regulação de pesticidas. A ampliação do cultivo orgânico de algodão é fundamental para preservarmos a fertilidade do solo, a biodiversidade e as fontes de água em nosso planeta.


Algodão orgânico: uma alternativa que respeita o planeta

Apesar das vantagens, atualmente menos de 1% do algodão produzido no mundo todo é orgânico. Essa indústria possui um gigantesco potencial de crescimento e melhoria. Além disso, o sistema de produção do algodão orgânico utiliza 91% menos água do que o algodão normal, emite 46% menos gases de efeito estufa e usa 62% menos de energia primária.

Como seu plantio não utiliza fertilizantes e pesticidas, é menos poluente para as águas e para o ar, reduzindo a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. Além disso, não utiliza sementes geneticamente modificadas e sua lógica de produção respeita a profissão do algodoeiro, trazendo mais dignidade às famílias camponesas.

Roupas de algodão orgânico 

Quando pensamos em algodão, palavras como “conforto”, “fofinho”, “branco” e “leve” podem surgir na nossa mente. Isso porque o algodão é um tecido que traz diversos benefícios para quem o veste, principalmente se for de origem orgânica. 

É uma fibra hidrofílica, que possui capacidade de absorver até 8% da umidade, ajudando a reter o excesso de suor durante a prática de atividades físicas e esportivas, o que o torna uma roupa perfeita para utilizar no dia a dia. O algodão é ideal para climas quentes e úmidos, pois é um tecido respirável, que não abafa e permite que haja troca de ar entre a pele e o ambiente, ocasionando uma sensação de frescor, mesmo nos dias de temperaturas mais altas. Para pessoas com peles sensíveis ou que sofrem com alergias e dermatites, o algodão é um tecido hipoalergênico, que evita irritações e urticárias.

O algodão orgânico é sustentável, pois pode ser reciclado e também por ser um produto biodegradável - irá se decompor mais rapidamente se descartado na natureza. A cultura de algodão orgânico é uma solução concreta para diminuir o impacto ambiental, portanto, devemos refletir sobre o nosso consumo. 

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Algodão Certificado 

BCI é a sigla para Better Cotton Initiative (em português uer dizer Iniciativa para um Algodão Melhor). O BCI é uma certificação internacional focada na redução dos impactos negativos socioambientais da produção do algodão.

Isso quer dizer que tecidos com certificado BCI são feitos a partir do melhor algodão sustentável e são fabricados sob uma fiscalização super rígida, que permite ao trabalhador condições dignas de trabalho.

Na Ki, usamos algodão BCI! Consumir de marcas como a Ki, que possuem essa preocupação, é um dos primeiros passos. Onde você compra suas roupas?